AMINÃ

(domingo 11/9) Acordamos com o sol nascendo e a lua, no ponto oposto, se pondo. Ao som de um gavião e de um tucano de peito amarelo. Fomos para Aminã. O cacique Mario me acolheu com muitos abraços. Ele me chama de “Gaia”. Fomos a uma praia na frente. Mario e a netinha Clariça almoçaram a bordo, conosco. Combinamos a programação: 15h30 haveria aula de nheengatu, depois música e cinema no barracão. Porém, naquele horário, talvez por conta do calor, o cacique não retornou. A aula foi reprogramada para o dia seguinte e seguimos apenas com a programação cultural.  A equipe foi para a nova aldeia dos “dissidentes” comandados pela mulher de Juvenal Imbiriba, músico da região: o nome da nova aldeia é Cajuzal. Captaram as imagens de um jogo de bola das mulheres. Alguns locais contaram para a Anna Claudia que havia um igarapé muito lindo, mas que não era mais visitado desde que houve o desaparecimento de uma mernina. Chamam de desaparecimento pois seguiram fazendo buscas e não encontraram o corpo. Desde então, não visitam mais o lindo igarapé. Fui ver com Mario os trabalhos para a futura casa de apoio aos médicos e enfermeiras do Posto de Saúde que está sendo construída. Falamos com Dona Felícia (73) que, porém desconfiava muito de nós. Deixei André entrevistá-la. Pusemos todos os equipamentos no estranho barracão deles. Antes da apresentação houve um impasse em função das discussões de lideranças que estão ocorrendo no local. Resolvemos um impasse e então Imbiriba poderia tocar, e Mario faria a introdução da atividade, usando seu cocar. Fizeram um curto ritual com canto de crianças, em roda junto com o cacique “Tupã este uma terra, Tupã está no céu…”, para abrir a programação. Então Imbiriba tocou duas canções muito interessantes. Depois fizeram o show de palhaços,  Pimenta, Vermelhinha e Pedrinho (o pessoal gostou muito), introduzindo Anna Claudia Agazzi com o piano (7) que se escutou bem. Mostramos Narradores de Javé. Dormimos. (segunda 12/9) Acordamos cedo. Fomos para a escola para ministrar a aula de nheengatu com o prof. Navarro (6). Muito bom com as crianças que cantavam várias canções em nheengatu. Depois voltamos ao Gaia e fomos para São Pedro. Encontramos no Arapiuns duas balsas de madeira, enormes, empurradas por um rebocador. O céu hoje estava meio nublado, mas não houve chuva forte desde que saímos de Santarém. Encontramos uma balsa de combustível para as madeireiras. Depois paramos 10 minutos numa ponta de areia para tomar banho. O calor é forte!